Artigo nas Crónicas sobre o concerto de 6ª feira. Fica aqui um bocadinho:
Os coelhos que os Uxu Kalhus tiram da cartola foram infindáveis numa noite, como sempre, em que o gozo de tocar, de transgredir é mais forte. Nem eles, nem nós, damos pelo avançar dos ponteiros do relógio. De repente reparamos que já passaram mais de três horas. Quase quatro. E acaba por saber a pouco. Nada de cansaço, somente sorrisos rasgados e a vontade de continuar. O capital de simpatia do colectivo é extremamente elevado: pela doce Celina que nos encanta, ora quando interpreta “Saraquité”, “Erva Cidreira” ou “Regadinho”, ora quando acelera com o seu acordeão numa valsa e quando faz do seu instrumento uma melódica em cima de um ritmo dub; pelo Paulo Pereira e o seu virtuosismo em ralchpfeifen, aerofone medieval de palheta dupla e de sonoridade aguda a fazer lembrar uma bombarda bretã; pela mortífera secção rítmica afro indígena de Nuno Patrício, Hugo Menezes e Miguel Casais; pelo groove e funk do baixo de Eddy Cabral; pela guitarra eléctrica, estridente e propositadamente foleirona, de recorte hard’n’heavy, de Vasco Casais, que funciona bem no ambiente inflamado de declarada desbunda, questionável, contudo, quando transposto para disco.
Atenção Vasco, nas gravações para o CD!!
Confirma-se a presença da Xukalhada na emissão especial da Antena 1, no próximo dia 20 de Março, entre as 18 e as 19 horas. A malta até vai ensair de propósito para a ocasião festiva, por isso, não percam!!!
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