Uxu Kalhus são um projecto de pesquisa de música tradicional portuguesa e europeia que funde uma linguagem musical mais conservadora com uma linguagem mais actual. Têm como objectivo a divulgação das danças tradicionais, animando bailes em que estas são de novo descobertas, muitas vezes ensinadas ao público durante o próprio baile. Tendo uma abordagem muito própria do mundo da música e da dança tradicional, este grupo consegue cativar tanto o público mais novo como o mais velho, mantendo vivos certos aspectos da nossa cultura que merecem ser preservados. Aos sons mais “tradicionais” do acordeão (Celina-dedinhos-d’ouro), da voz (Celina-vozinha-d’ouro), da flauta (Paulo-do-pífaro) e da guitarra acústica (Vasco-virtuo-metal-cat) juntam-se os sons marcantes e cativantes da guitarra eléctrica (Vasco ..), do ralchpfeifen (instrumento de palheta dupla) e percussões várias (Djambé, Darabuka, tambores, chocalhos,....) e múltiplas (Nuno-Tiger-Jo e Ma-Man-Mandinga), da Bateria (Miguelito de los toros) e do Baixo elétrico (Eddy groovete). Lisou (perninhas de ouro) lidera as hostes no que toca à dança, domando a energia das multidões com mestria e elegância, fazendo do baile uma festa participada, a que ninguém fica indiferente.
As dinâmicas endiabradas, as composições arrojadas, os arranjos viscerais e uma postura irreverente caracterizam este grupo ainda em busca de uma identidade e de um som transcendental, que não olha a meios nem a instrumentos para atingir um fim: o baile, o arraial, o bailarico, a festa, o movimento sem limites e a completa fusão com os dançantes e andarilhos. O material sonoro é trabalhado para fazer voar os pés e bater os corações, para contagiar os corpos com as vibrações emanadas de um palco que se quer dissolver no meio do baile, para se dançar em grupo ou a pares a nossa cultura e as muitas outras culturas; porque a cultura é participar mais do que contemplar; é intervir mais do que escutar; é para se descobrir mais do para se deixar invadir; é para se gostar naturalmente sem ter que aprender ou apreender ou forçar a gostar, só porque é cultura. As danças e os sons de Portugal e da Europa são um património inestimável de todos nós que Uxu Kalhus querem devolver aos seus donos legítimos: toda a gente.
Ao longo do baile, valsas e chotes despertam emoções em danças partilhadas a dois; círculos e Regadinhos juntam todos na mesma roda e toda a gente dança com toda a gente; Bourrées e Malhões agitam as multidões em filas e desfilas. Mazuracas e Passos dobles traem os enamorados numa dança cúmplice; danças israelitas e sérvias e austríacas levam-nos para longe daqui; Chapaloises e Saraquités despegam os pares do chão e fazem soltar risos e sorrisos; e viras e saltos bascos e Mata-Aranhas e An-dros e Branles e Polkas e mais valsas e mais chotes e mais mazuracas e ........
1 comentário:
Olá,
tenho um blogue que pretende dar a conhecer conjuntos musicais nascidos em solo luso e gostaria de saber em que ano e onde (concelho) os Uxukalhus foram formados.
Obrigado desde já.
O blogue é o Mostrai-vos.
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